Uma ferramenta online que avalia seus "tuites" pode dar uma resposta.
A consultoria de relações públicas Edelman lançou o TweetLevel (www.tweetlevel.com), uma ferramenta online gratuita que mede a importância de um usuário no popular site de microblog, o quão confiável são suas publicações bem como sua influência.
A ferramenta usa um algoritmo desenvolvido pela agência que leva em conta a quantidade e a qualidade das publicações de até 140 caracteres, e permite aos usuários compararem sua própria importância com a de qualquer um que sigam.
"Diferentemente da maioria dos rankings que olham apenas o número de seguidores de alguém, o TweetLevel apresenta um panorama mais claro de quem é importante dentro desse fórum de influência", disse em comunicado Jonny Bentwood, chefe de análise estratégica da Edelman, e criador do algoritmo.
A ferramenta dá pontos ao usuário em quatro categorias: quantas pessoas lêem o que ele escreve; quanto seguidores o usuário tem, quão ativamente ele participa e se as pessoas acreditam em nele.
Cada pontuação vai até 100, quanto maior o placar, mais importante é o usuário.
O comunicado afirma que o blogueiro Perez Hilton, o ator de Hollywood Ashton Kutcher e o blog de mídia social Mashable estão entre os placares mais altos produzidos pelo TweetLevel.
Os municípios da Encosta da Serra Geral, em Santa Catarina, vivem este momento de decidir qual rumo pretende seguir: o da instalação de uma mineradora que irá trazer retornos financeiros na forma de impostos e empregos ou incentivar o crescimento do agroturismo e agricultura orgânica, que crescem aproveitando a riqueza natural da região.
Criada em 1996, a Associação de Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral (Agreco) reúne hoje 250 famílias de oito municípios que produzem desde frango e peixe até grãos, frutas e legumes sem aditivos químicos ou agrotóxicos e sem impactos ambientais. “Tudo o que você consome no dia-a-dia pode ser comprado orgânico com a gente”, explica o gerente da Agreco, Adilson Maia Lunardi.
Nas propriedades de cidades como Santa Rosa de Lima e Anitápolis, as famílias de agricultores se reúnem em grupos e formam pequenas agroindústrias para processar o que foi colhido no campo e entregar os produtos finais diretamente ao consumidor. “Todas estão dentro dos padrões de higiene e segurança exigidos e são de altíssima qualidade”, afirma Lunardi.
Estes produtos podem ser adquiridos diretamente nas propriedades ou ser recebidos em casa a partir do cadastro junto à Associação. Além disso, a Agreco participa do Programa de Aquisição de Alimentos, ligado ao Fome Zero do governo Federal, através do qual cada agricultor tem direito a vender até R$ 3,5 mil em produtos que são doados para comunidades carentes e instituições de caridade. Associações de ajuda a dependentes químicos e portadores de AIDS da Grande Florianópolis são alguns dos que recebem estes produtos.
A terceira via de comercialização é a venda às grandes redes de supermercados do litoral catarinense, onde são encontrados, por exemplo, geléias de frutas, açúcar mascavo e pepino em conserva. “A gente não vê agricultor ficando rico, mas pagam as contas em dia, vivem com dignidade. Os jardins ficam até mais bonitos e os vemos orgulhosos do que fazem”, comenta Lunardi.
Agroturismo
A agricultura orgânica começou a atrair a atenção de moradores de outros municípios e outras regiões do país, que vinham conhecer o projeto. Porém com a falta de estrutura hoteleira, a única opção era receber os visitantes nas casas das famílias.
A experiência acabou levando a criação, em 1999, da Associação Acolhida na Colônia que prepara as famílias de agricultores para receber turistas em sua moradia e compartilhar com eles um pouco da sua rotina, histórias e belezas naturais da região.
“Agricultura é uma coisa e turismo é outra. Então no começo havia um receio por parte das famílias, porém quando começaram a receber as pessoas, perceberam como elas eram bem receptivas, podiam fazer amizades e viram como a idéia era boa para eles”, explica a engenheira agrônoma Daniele Lima Gelbcke, que trabalha na Acolhida na Colônia há sete anos.
Daniele explica que a única exigência feita às famílias é que se comprometam a desenvolver produtos orgânicos. A Associação se encarrega de prepará-los para transformar suas casas em pequenas pousadas, às vezes de apenas um ou até mais de três quartos.
Hoje, o projeto está sendo expandido também para cidades do Alto Vale do Itajaí, região ao norte de Santa Catarina, chegando a cerca de 150 famílias, sendo 30 na Encosta da Serra Geral. “A demanda é grande e hoje nossa preocupação é não dar passos maiores que nossas pernas”, afirma Daniele.
Ela explica que falta hoje apoio econômico para poder atender todos os pedidos, pois a Associação depende de recursos vindos de projetos. A Acolhida na Colônia é a primeira experiência internacional da Rede Accueil Paysan, que desenvolve o agroturismo na França desde 1987, e foi trazido para o Brasil pela agrônoma Thaise Guzzatti.
A experiência rendeu ao projeto o prêmio Generosidade, da Editora Globo, no final do ano passado. Os R$ 200 mil que a Associação recebeu foram usados para criar um fundo de empréstimo rotativo para os agricultores.
Daniele explica que as famílias apresentam um projeto de até R$ 5 mil reais para melhorias na propriedade e tem depois dois anos para pagar, sem juros. O uso de energia renovável e inclusão de mulheres e jovens, por exemplo, aumentam as chances de conseguir o recurso. “É uma fonte muito importante para eles, pois ajuda a viabilizar coisas que custam pouco e para o qual que seria difícil conseguir dinheiro em um banco”, afirma Daniele.
Mina de fosfato e os riscos locais
Tanto a Agreco quanto a Acolhida na Colônia são duas amostras de sucesso no emprego do conhecimento local para o desenvolvimento de cidades ricas em recursos naturais. Ambos têm grande potencial para crescerem e questionam a instalação da mina de fosfato em Anitápolis, um dos municípios da Encosta da Serra Geral.
Daniele afirma que os agricultores que participam da Acolhida na Colônia são contra o empreendimento da Indústria de Fosfatados Catarinenses (IFC) porque acreditam que ele coloca em risco a água e a beleza natural da região, que são vitais para o agroturismo e a agricultura orgânica. “A mineradora vai completamente contra o que a gente tem colocado para a região e há exemplos em outros lugares de que ela não irá trazer emprego e os benefícios esperados”, afirma.
Lunardi também teme com a contaminação do ar e da água, já que grande parte das famílias ligadas a Agreco estão em áreas marginais ao rio Braço do Norte, ligado ao Rio Pinheiros, onde serão construídas as barragens de rejeito da mina de fosfato. “Em Santa Rosa de Lima temos mais nascentes que habitantes e isto é um patrimônio inestimável. Nosso modelo de produção é totalmente adequado para manter a água limpa”, ressalta.
Por ser um recurso finito, Lunardi diz que o modelo de uso de fertilizantes a base de químicos está com os dias contados. “Temos uma tecnologia hoje adequada para substituir o fosfato. Por que não adiantar esta substituição?”, questiona.
Geraldo Luiz da Silva Jardim trabalha com agricultura orgânica e fitoterapia em Rancho Queimado, também na Encosta da Serra Geral, e diz que o potencial de fertilização orgânica é enorme no Brasil. “Nós estamos jogando fora riqueza. É o lodo do esgoto, é o lixo da esquina, nós estamos jogando tudo fora e isso poderia ser revertido para transformar o nosso solo e deixá-lo rico em matéria orgânica”, afirma.
Imagem: Pousada Recanto das Cachoeiras, em Anitápolis é uma das integrantes da Associação Acolhida na Colônia.
Crédito: Fabrício Basilio
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