Daniela Traldi, da Rádio ONU, em Nova York.
O turismo internacional está retomando o fôlego, de acordo com relatório da Organização Mundial do Turismo divulgado nesta sexta-feira.
A OMT aponta que o declínio nas viagens em todo o mundo tem sido menor nos últimos meses.
Dados
A agência da ONU revela que as chegadas internacionais caíram 7% entre janeiro e agosto mas que o meses de julho e agosto sozinhos registraram queda de apenas 3%.
De acordo com a OMT esses dados apontam tendência de recuperação, junto com índices sobre a confiança no setor coletados com mais de 300 especialistas, cujas perspectivas negativas diminuíram nos últimos 4 meses.
Apesar do cenário otimista, os ganhos do mercado de turismo foram os que mais sofreram, com queda de cerca de 10% nas receitas dos primeiros seis meses de 2009.
Segundo a Organização Mundial do Turismo a crise econômica global associada a temores sobre o vírus A (H1N1) colaboraram para o desempenho ruim do começo do ano.
América do Sul
Os piores resultados ocorreram na Europa e no Oriente Médio, com queda de 8% nas chegadas internacionais de janeiro a agosto. O melhor quadro ficou com a América do Sul, com declínio de 1%.
A vice-secretária-geral da OMT, Sandra Carvão, disse à Rádio ONU, de Madri, que a região conseguiu sobreviver graças à rápida reação em relação a crise econômica, principalmente em países como o Brasil.
"Até o momento os dados que nós temos indicam que a América do Sul tem tido um comportamento bastante positivo. Aliás, não é desse ano, é um comportamento que esses destinos vem tendo nos últimos anos, como a Argentina e o Brasil, que tem estado bastante desenvolvidos", afirmou.
Sandra Carvão revela que os impactos da gripe A (H1N1) ainda serão sentidos na América do Sul.
Em todo o mundo, a Organização Mundial do Turismo prevê queda de 5% nas viagens internacionais em 2009.
Maria Cláudia Santos, da Rádio ONU em Nova York.
Pontos turísticos costeiros podem ser inundados com o aumento do nível do mar e estações de ski correm o risco de desaparecer devido ao derretimento das geleiras.
A previsão é da Organização Mundial do Turismo, OMT, que chamou atenção nesta quarta-feira para mais um dos lados destruidores das mudanças climáticas.
Indústria Lucrativa
O secretário-geral da OMT, Geoffrey Lipman, afirmou que o turismo chegou em uma encruzilhada e que terá que enfrentar o desafio do clima.
Segundo ele, qualquer fator que afete a lucrativa indústria irá ter forte impacto sobre a economia, como foi o caso do surto de 2001 de febre aftosa no Reino Unido.
Lipman lembra que, mais uma vez, os efeitos das alterações do clima vão prejudicar de forma mais acentuada as nações pobres, onde o turismo é um dos principais setores de exportação.
De acordo com a organização, em 2006, a indústria do turismo gerou mais de US$ 730 bilhões para os países em desenvolvimento.
Turismo Verde
Diante do quadro, a OMT lembra que é preciso buscar adaptações à nova realidade e apostar no "turismo verde", como forma de minimizar a catástrofe climática.
A organização aponta o setor do transporte aéreo, um dos grandes responsáveis por emissões de gases, como o primeiro a ter que se tornar sustentável, usando motores mais eficientes e os biocombustíveis.
Os municípios da Encosta da Serra Geral, em Santa Catarina, vivem este momento de decidir qual rumo pretende seguir: o da instalação de uma mineradora que irá trazer retornos financeiros na forma de impostos e empregos ou incentivar o crescimento do agroturismo e agricultura orgânica, que crescem aproveitando a riqueza natural da região.
Criada em 1996, a Associação de Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral (Agreco) reúne hoje 250 famílias de oito municípios que produzem desde frango e peixe até grãos, frutas e legumes sem aditivos químicos ou agrotóxicos e sem impactos ambientais. “Tudo o que você consome no dia-a-dia pode ser comprado orgânico com a gente”, explica o gerente da Agreco, Adilson Maia Lunardi.
Nas propriedades de cidades como Santa Rosa de Lima e Anitápolis, as famílias de agricultores se reúnem em grupos e formam pequenas agroindústrias para processar o que foi colhido no campo e entregar os produtos finais diretamente ao consumidor. “Todas estão dentro dos padrões de higiene e segurança exigidos e são de altíssima qualidade”, afirma Lunardi.
Estes produtos podem ser adquiridos diretamente nas propriedades ou ser recebidos em casa a partir do cadastro junto à Associação. Além disso, a Agreco participa do Programa de Aquisição de Alimentos, ligado ao Fome Zero do governo Federal, através do qual cada agricultor tem direito a vender até R$ 3,5 mil em produtos que são doados para comunidades carentes e instituições de caridade. Associações de ajuda a dependentes químicos e portadores de AIDS da Grande Florianópolis são alguns dos que recebem estes produtos.
A terceira via de comercialização é a venda às grandes redes de supermercados do litoral catarinense, onde são encontrados, por exemplo, geléias de frutas, açúcar mascavo e pepino em conserva. “A gente não vê agricultor ficando rico, mas pagam as contas em dia, vivem com dignidade. Os jardins ficam até mais bonitos e os vemos orgulhosos do que fazem”, comenta Lunardi.
Agroturismo
A agricultura orgânica começou a atrair a atenção de moradores de outros municípios e outras regiões do país, que vinham conhecer o projeto. Porém com a falta de estrutura hoteleira, a única opção era receber os visitantes nas casas das famílias.
A experiência acabou levando a criação, em 1999, da Associação Acolhida na Colônia que prepara as famílias de agricultores para receber turistas em sua moradia e compartilhar com eles um pouco da sua rotina, histórias e belezas naturais da região.
“Agricultura é uma coisa e turismo é outra. Então no começo havia um receio por parte das famílias, porém quando começaram a receber as pessoas, perceberam como elas eram bem receptivas, podiam fazer amizades e viram como a idéia era boa para eles”, explica a engenheira agrônoma Daniele Lima Gelbcke, que trabalha na Acolhida na Colônia há sete anos.
Daniele explica que a única exigência feita às famílias é que se comprometam a desenvolver produtos orgânicos. A Associação se encarrega de prepará-los para transformar suas casas em pequenas pousadas, às vezes de apenas um ou até mais de três quartos.
Hoje, o projeto está sendo expandido também para cidades do Alto Vale do Itajaí, região ao norte de Santa Catarina, chegando a cerca de 150 famílias, sendo 30 na Encosta da Serra Geral. “A demanda é grande e hoje nossa preocupação é não dar passos maiores que nossas pernas”, afirma Daniele.
Ela explica que falta hoje apoio econômico para poder atender todos os pedidos, pois a Associação depende de recursos vindos de projetos. A Acolhida na Colônia é a primeira experiência internacional da Rede Accueil Paysan, que desenvolve o agroturismo na França desde 1987, e foi trazido para o Brasil pela agrônoma Thaise Guzzatti.
A experiência rendeu ao projeto o prêmio Generosidade, da Editora Globo, no final do ano passado. Os R$ 200 mil que a Associação recebeu foram usados para criar um fundo de empréstimo rotativo para os agricultores.
Daniele explica que as famílias apresentam um projeto de até R$ 5 mil reais para melhorias na propriedade e tem depois dois anos para pagar, sem juros. O uso de energia renovável e inclusão de mulheres e jovens, por exemplo, aumentam as chances de conseguir o recurso. “É uma fonte muito importante para eles, pois ajuda a viabilizar coisas que custam pouco e para o qual que seria difícil conseguir dinheiro em um banco”, afirma Daniele.
Mina de fosfato e os riscos locais
Tanto a Agreco quanto a Acolhida na Colônia são duas amostras de sucesso no emprego do conhecimento local para o desenvolvimento de cidades ricas em recursos naturais. Ambos têm grande potencial para crescerem e questionam a instalação da mina de fosfato em Anitápolis, um dos municípios da Encosta da Serra Geral.
Daniele afirma que os agricultores que participam da Acolhida na Colônia são contra o empreendimento da Indústria de Fosfatados Catarinenses (IFC) porque acreditam que ele coloca em risco a água e a beleza natural da região, que são vitais para o agroturismo e a agricultura orgânica. “A mineradora vai completamente contra o que a gente tem colocado para a região e há exemplos em outros lugares de que ela não irá trazer emprego e os benefícios esperados”, afirma.
Lunardi também teme com a contaminação do ar e da água, já que grande parte das famílias ligadas a Agreco estão em áreas marginais ao rio Braço do Norte, ligado ao Rio Pinheiros, onde serão construídas as barragens de rejeito da mina de fosfato. “Em Santa Rosa de Lima temos mais nascentes que habitantes e isto é um patrimônio inestimável. Nosso modelo de produção é totalmente adequado para manter a água limpa”, ressalta.
Por ser um recurso finito, Lunardi diz que o modelo de uso de fertilizantes a base de químicos está com os dias contados. “Temos uma tecnologia hoje adequada para substituir o fosfato. Por que não adiantar esta substituição?”, questiona.
Geraldo Luiz da Silva Jardim trabalha com agricultura orgânica e fitoterapia em Rancho Queimado, também na Encosta da Serra Geral, e diz que o potencial de fertilização orgânica é enorme no Brasil. “Nós estamos jogando fora riqueza. É o lodo do esgoto, é o lixo da esquina, nós estamos jogando tudo fora e isso poderia ser revertido para transformar o nosso solo e deixá-lo rico em matéria orgânica”, afirma.
Imagem: Pousada Recanto das Cachoeiras, em Anitápolis é uma das integrantes da Associação Acolhida na Colônia.
Crédito: Fabrício Basilio
Estivemos presentes ao 2º Fórum de Desenvolvimento Territorial Sustentável dos
Pequenos Municípios das Encostas da Serra Geral, realizado em Rancho Queimado, com objetivo de conhecer a realidade local e interagir, dando transparência a opinião pública, através de nossos meios, a ECOTV, o Boletim ECOLÓGICO e outras mídias sociais, via internet, utilizados pela Pró-Fundação Sabor Natureza para difusão da cultura ecológica.
Lamentavelmente, a cobertura na integra da ECOTV, realizada no evento, perdeu-se por completo por problemas em nossos equipamentos.
Porém o que ficou evidente foi a unanimidade de reações contrarias a instalação desta atividade na região. Pois poderá inviabilizar todo uma atividade que vem dando à região destaque no turismo nacional.
Para aprofundar o debate, haverá neste dia 16/07/2009 na Assembléia Legislativa, em Florianópolis, uma Audiência Pública para tratar sobre os Impactos Sócio-Econômicos e Ambientais da IFC - Indústria de Fosfatados Catarinense LTDA, a ser realizada no Vale do Rios Pinheiros, no município de Anitápolis.
A mobilização NÃO À FOSFATEIRA, pretende colocar ônibus a disposição da população que deverá marcar presença durante a audiência.
Reunimos abaixo algumas matérias sobre o assunto, no objetivo de informar e alertar para possíveis irregularidades no processo de liberação desta atividade no estado.
Veja AQUI a matéria no Notisul
Clic nos links abaixo e veja matérias pesquisadas sobre o assunto
Data: 02/06/2009
ECOpesquisa
Indústria de fosfato virá para Lages
Autor: Correio Lajeano
Data: Data:02/06/2009
ECOpesquisa
O PROJETO ANITÁPOLIS
Autor: Associação Montanha Viva
Data: 16/06/2009
ECOpesquisa
Bunge e o Meio Ambiente
Data: 16/06/2009
ECOpesquisa
Yara Sustentabilidade Programa HESQ
Veja AQUI na ECOTV + sobre o assunto
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