Embraer, GE, Amyris e Azul unem-se para viabilizar uso de bioquerosene
Embraer, GE, Amyris e Azul unem-se para viabilizar uso de bioquerosene
O bioquerosene de aviação produzido a partir da cana-de-açúcar pode estar disponível para utilização comercial a partir de 2013 ou 2014. A expectativa é da empresa americana Amyris, que se uniu a Embraer, Azul e GE para desenvolver o combustível e fazer, no início de 2012, um teste de voo. A Amyris possui um centro de testes e pesquisas em Campinas (SP) e pretende comprar uma usina de açúcar e álcool no Brasil para produzir bioquerosene, um hidrocarboneto derivado da cana-de-açúcar.
O diretor geral da empresa no Brasil, o belga Roel Collier, afirmou que a expectativa é que o negócio seja fechado nas próximas semanas. O projeto da Amyris, empresa criada há seis anos nos Estados Unidos e presente no Brasil há dois, envolve o acréscimo de uma levedura ao caldo de cana, estágio posterior à moagem do produto. A levedura, desenvolvida pela companhia, fermenta, criando um óleo, que é separado do caldo de cana por um processo de centrifugação.
Apesar de ser produzido a partir da cana, o bioquerosene tem poder calorífico igual ou superior ao equivalente derivado do petróleo, mas com um nível de emissão de dióxido de carbono (CO2) similar ao etanol. O bioquerosene, um combustível alternativo que será adicionado ao querosene de aviação convencional, surge como resultado das pressões para que a aviação comercial faça a sua parte na redução das emissões de gases do efeito estufa. Guilherme Freire, diretor de estratégias e tecnologias para o meio ambiente da Embraer, disse que a aviação responde por 2% do total de emissões de CO2 no mundo, com projeção de chegar a 3% em 2050.
No teste que será feito em um avião Embraer da Azul Linhas Aéreas em 2012, um dos motores da aeronave - que será pilotada pelo vice-presidente de operações da Azul, Miguel Dau - vai funcionar a bioquerosene misturado a uma proporção de 20% a 50% ao querosene de aviação normal. Collier disse que os custos de produção do bioquerosene devem seguir os custos do etanol, já que 60% dos gastos são ligados à matéria-prima utilizada. A aquisição da usina pela Amyris deverá permitir que a empresa fabrique o produto em escala industriais no Brasil a partir de 2013.
"O processo em escala industrial vai ser feito aqui porque a infraestrutura de produção fica aqui, as usinas ficam aqui, a matéria-prima está aqui e não faria sentido fazer isso em outro lugar", afirmou Collier. Dau, da Azul, acredita que as companhias aéreas poderão ser beneficiadas pela redução de custos, uma vez que o querosene de aviação representa entre 30% e 40% dos gastos de uma empresa do setor.
O diretor de desenvolvimento comercial da GE no Brasil, Claudio Loureiro, disse que em fevereiro de 2008 a empresa aérea inglesa Virgin realizou um voo entre Londres e Amsterdã com 20% de óleo de babaçu misturado ao querosene de aviação e revelou que, nos EUA, a Continental e a Boeing desenvolvem um projeto, para voo em 2011, de uso de biocombustível adicionado ao querosene tradicional.
"Mas esse (o voo da Azul) será o primeiro voo no mundo com bioquerosene a partir de cana", afirmou. Para desenvolver a tecnologia, GE, Embraer e Amyris assinaram um memorando de entendimento. A Azul Linhas Aéreas Brasileiras planeja encerrar 2010 com uma frota de 21 aeronaves, mas não descarta que o crescimento da economia brasileira possa acelerar o ritmo de aquisição de aparelhos, disse Dau. Atualmente, a Azul tem frota formada por 14 aviões da Embraer (Valor, 19/11/09)
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