Quinta-feira, 30 de Julho de 2009

ONU seleciona melhores fotos sobre Metas do Milênio

Campanha ‘Humanizando o Desenvolvimento’ aceita inscrições até 1º de outubro; qualquer pessoa pode participar com fotos em 14 áreas temáticas, entre elas pobreza, lideração e oportunidades iguais no mercado de trabalho.  

Igualdade de gênero

Igualdade de gênero

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

   

As Nações Unidas estão aceitando inscrições para um concurso de fotos como parte da campanha "Humanizando o Desenvolvimento".

Qualquer pessoa pode participar da competição. As inscrições devem ser feitas até 1º de outubro.

Mercado de Trabalho

As fotos precisam retratar ações a favor do cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, uma agenda internacional para eliminar ou erradicar males sociais até 2015.

Ao todo são 14 áreas temáticas, entre elas combate à pobreza, acesso à alimentação, educação, água e saneamento e promoção do talento feminino além de oportunidades iguais no mercado de trabalho.

Para se inscrever, é preciso enviar as fotos para a página da campanha na internet. (http://www.ipc-undp.org/photo/index_pt.htm).

Américas à Ásia

A iniciativa foi lançada em junho passado para promover as Metas do Milênio com imagens de participantes de todo o mundo.

As fotos vencedoreas e os nomes de seus autores serão publicados no sistema de comunicação das Nações Unidas que inclui a internet, a TV ONU e a Rádio ONU.

Os organizadores da campanha, que conta com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, informaram que até a semana passada, o site já havia recebido mais de 35 mil visitas e centenas de fotos que vão das Américas à Ásia.

publicado por ecotv às 19:35

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Quarta-feira, 22 de Julho de 2009

ONU: Brasil, um dos 5 países mais atrativos para se investir

  Relatório da Unctad diz que investidores escolheram China, Estados Unidos, Índia, Brasil e Rússia; Brasil subiu uma posição, neste ano, levando a Rússia para 5º lugar; país atraiu US$ 45,1 bilhões em 2008; apesar da crise, setor deve se recuperar lentamente no próximo ano. Investimentos no Brasil Investimentos no Brasil


Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.


Um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, revela que o Brasil está entre os cinco países mais atrativos para investimentos estrangeiros diretos. A "Pesquisa sobre Perspectivas para o Investimento Mundial 2009-2010 foi publicada nesta quarta-feira na sede da Unctad, em Genebra, na Suíça. Pelo documento, o próximo ano deve registrar uma recuperação lenta no número de investimentos estrangeiros diretos com um retorno mais signicativo apenas em 2011. Brasil e Rússia Segundo os entrevistados para o estudo, China, Estados Unidos, Índia, Brasil e Rússia seriam os melhores destinos para possíveis investimentos. O Brasil subiu uma posição, ultrapassando a Rússia. No ano passado, o Brasil atraiu US$ 45,1 bilhões em investimentos, um crescimento de cerca de 30% se comparado ao ano anterior. Segundo a agência, as empresas transnacionais foram fortemente afetadas pela recessão mundial. Destaque Quase seis em cada 10 entrevistados disseram ter reduzido seus negócios fora de casa. O ex-secretário-geral da Unctad, Rubens Ricupero, disse à Rádio ONU, de São Paulo, que uma das razões para o destaque do Brasil com os investidores estrangeiros é o tamanho do mercado consumidor do país. "Grande parte do comércio atacadista e de varejo no Brasil está em mãos de grandes cadeias estrangeiras como o Carrefour, como o Walmart. Este tipo de investimento se sente encorajado porque o Brasil está se consolidando num mercado consumidor cada vez maior. Mão-de-Obra Barata O fator que está contribuindo mais para que a economia do Brasil não decline tem sido exatamente o consumo das famílias e do governo", explicou. O relatório da Unctad revela que a mão-de-obra barata é um dos fatores-chave na hora de investir no exterior. As tendências de globalização medidas por produção, emprego, investimentos e vendas devem levar à recuperação do setor em 2011. Os setores automotivo, de metais e químicos aparecem como os mais afetados pela crise. Os menos atingidos são os de agronegócios, serviços e farmacêuticos. A pesquisa foi compilada com base em 241 respostas enviadas aos organizadores do estudo.

publicado por ecotv às 21:08

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Sábado, 18 de Julho de 2009

Comitê vai recomendar medidas contra poluição de navios

Decisão foi anunciada no encerramento de uma reunião da Organização Marítima Internacional, nesta sexta-feira.
Navios menos poluentes

Navios menos poluentes

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*

 

O Comitê de Proteção Marítima Ambiental, que faz parte da Organização Marítima Internacional, com sede em Londres, decidiu que vai começar a recomendar medidas para diminuir a poluição causada pelos navios no mundo inteiro.

Leia o boletim de Marcelo Torres, da Rádio ONU em Londres.

"A decisão foi tomada ao fim da reunião anual da OMI. Quando o protocolo de Kyoto foi assinado, em 1997, ficou decidido que as indústrias, carros e aviões deveriam limitar as emissões de gases poluentes, mas o setor marítimo havia ficado de fora.

Na nova convenção mundial sobre as mudanças climáticas, que será realizada em dezembro pela ONU, na Dinamarca, dificilmente os navios continuariam sem restrições. Eles contribuem com 2,7% da poluição mundial.

Recomendações

Assim, a medida adotada pela OMI já é uma antecipação. Por enquanto, haverá apenas a recomendação para a produção de navios mais limpos. Mas o documento emitido pela organização prevê, num futuro próximo, incentivos comerciais para embarcações que poluam menos.

Isso será feito nos mesmos moldes do comércio de carbono que já ocorre com as indústrias. As que lançam menos gases poluentes na atmosfera podem vender títulos a outras empresas que precisam aumentar a produção e poluir mais".

A reunião da OMI sobre poluição causada por navios terminou nesta sexta-feira.

 

publicado por ecotv às 13:17

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Quarta-feira, 15 de Julho de 2009

Conquistando espaço Em busca do equilíbrio

cidade

Foto: Luís Perez

 
 

Na contramão da falta de ciclovias, as bicicletas abrem caminho e esperam mais 100 km de faixas segregadas

No mês passado, 90 motoristas e cobradores de ônibus passaram por uma experiência inusitada. Após assistir a uma palestra, assumiram o guidão de bicicletas. A ideia é que esse primeiro grupo reverbere as orientações de convívio pacífico entre veículos e ciclistas para outros colegas. É uma tarefa árdua: existem 60000 profissionais de transporte na rede municipal. Daqui a 90 dias, o grupo volta a se encontrar para trocar experiências. Apesar de louvável, essa iniciativa é apenas um pequeno passo na direção do objetivo.

Em pouco mais de cinco dias um ciclista é vítima de acidente no trânsito de São Paulo. Em um ano como 2008, significa que 69 pessoas perderam a vida ao usar a bicicleta como meio de transporte. Não é pouco, mas é o menor número nos últimos quatro anos - foram 93 mortes em 2005, 84 em 2006 e 83 em 2007. A tendência de queda é quase um paradoxo diante do pobre histórico de políticas públicas colocadas em prática. A prefeitura alega estar fazendo sua parte e projetando novas ciclovias. Pesquisas indicam que a frota atual de bicicletas é de 3 milhões, a maior parte guardada na garagem dos paulistanos.

Já faz três anos que o governo municipal criou um grupo batizado de
Pró-Ciclista, reunindo representantes de vários órgãos, incluindo as secretarias de Transportes e do Verde e Meio Ambiente. Na época, segundo a prefeitura, havia 19 km de ciclovias em parques municipais e resquícios nas avenidas Sumaré e Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste. Hoje existem novos 14,8 km construídos em vias como a Radial Leste e outros 16,1 km em obras. A meta é chegar ao fim de 2012 com mais de 100 km de ciclovias e ciclofaixas construídas. Será um salto significativo em relação aos atuais 33,8 km, mas ainda uma gota no oceano da malha viária paulistana, com seus 15000 km de extensão. "A questão é que não há ciclovias para uso cotidiano, apenas para lazer dentro de parques", afirma Ismael Caetano, presidente do Instituto Parada Vital, ONG que visa desenvolver meios de transporte não-poluentes.

Até esses projetos se concretizarem, quem se aventura a trocar o automóvel por uma bicicleta segue essa expressão ao pé da letra. Enfrentar motoristas nem sempre amistosos é apenas um dos problemas. "Vejo o esforço de alguns motoristas em diminuir a velocidade, abrir espaço para eu passar. Mas há muitos trechos em que é simplesmente impossível trafegar e não há outra saída a não ser ir pela calçada", diz a estilista Juliana Páffaro, 31 anos. Sempre que pode, ela pedala de casa, no Alto de Pinheiros, até sua loja, na Vila Madalena, em um trajeto de 3,3 km. Nos fins de semana, costuma ir ao Parque Ibirapuera, a 10 km de distância, e vê a dura realidade da carência de infraestrutura para as bicicletas. "A ciclovia desaparece, surge um ponto de ônibus no meio do caminho. Ou a calçada não é rebaixada", afirma.

Quem usa a bicicleta diariamente como meio de transporte já se acostumou às tensões do itinerário, como o web designer Rodrigo Tammaro Matioli, 30 anos, que pedala entre as avenidas Rebouças e Luís Carlos Berrini, onde fica seu escritório. "Fora a falta de segurança e de estrutura, o grande problema é não ter onde tomar banho nem onde estacionar a bike", diz. Para ele, a solução foi contar com a ajuda do zelador do prédio, que também é ciclista, e usar o chuveiro dos funcionários antes de entrar no escritório.

DO VOLANTE AO GUIDÃO

Se problemas como estacionamento e vestiário dependem de soluções pontuais, a questão da segurança é responsabilidade do poder público e de qualquer pessoa envolvida com o trânsito.

 

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Veja o Boletim ECOLÓGICO Online

 

publicado por ecotv às 14:34

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Terça-feira, 14 de Julho de 2009

A Mãe Terra exige resgate climático


 


Por Maurice Strong*

 

Pequim, 13 de julho (Terramérica) - Um estudo do Fórum Humanitário Mundial, encabeçado pelo ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, estima que o custo econômico e humano da mudança climática já chega a aproximadamente US$125 bilhões anuais, significando a perda de 300 mil vidas e afetando cada vez mais pessoas em todo o mundo, em especial os pobres. As medidas financeiras para alcançar o êxito na segurança climática vão além do que até agora consideram os principais países desenvolvidos e do que reclamam China e as nações em desenvolvimento.

Essas medidas não devem consistir apenas em fornecer uma soma global, mas também na aplicação de um pacote de compromissos firmes durante um longo prazo, com uma contribuição inicial da magnitude de pelo menos US$ 1 bilhão. A redistribuição de maciços recursos econômicos e humanos que hoje se destinam ao setor militar poderia satisfazer a maior parte das necessidades em matéria de segurança climática. Se trataria de dar prioridade à melhoria da vida no planeta em lugar de outorgá-la ao poder de matar.

Se a quantia de US$ 1 bilhão pode parecer irrealmente alta nas atuais circunstâncias, cabe lembrar que é apenas uma porção do que os Estados Unidos gastaram nas guerras do Iraque e do Afeganistão e nas atuais tentativas de resgate de suas principais instituições financeiras e de sua debilitada economia. Na crise da mudança climática há uma necessidade maior ainda de resgate do que na crise econômica e financeira, embora ambas estejam intrinsecamente relacionadas. Somos a civilização mais rica que já existiu. Podemos realmente aceitar que não estamos em condições de salvar a nós mesmos e as gerações futuras?

Há boas notícias quanto às promissoras dimensões do progresso tecnológico que nossa sociedade do conhecimento produziu. A informação cada vez mais sofisticada e a tecnologia proporcionam ferramentas que nos permitem entender e manejar os sistemas complexos que determinam o funcionamento de nossa civilização. Os países asiáticos melhor sucedidos economicamente, especialmente Japão e Coréia do Sul, nenhum bem dotado de recursos naturais, construíram seu êxito graças ao desenvolvimento de tecnologias avançadas e de altas taxas de investimento em educação e pesquisa. Além disso, a China faz progressos impressionantes para se transformar em uma economia baseada no conhecimento e na tecnologia, bem como outros países asiáticos em diferentes graus.

O que devemos fazer? Primeiro, necessitamos de um novo modelo econômico que integre as disciplinas tradicionais com as novas percepções da economia ecológica. Esta “nova economia” deve proporcionar bases teóricas que incorporem na política tarifária e nas contas nacionais os verdadeiros valores do ambiente e dos serviços proporcionados pela natureza. Também deve incluir um regime fiscal e de regulamentação com incentivos para o sucesso da sustentabilidade econômica, social e ambiental.

As ações das pessoas e suas prioridades dependem de sua motivação. Embora todos estejamos motivados pelo interesse próprio, em um plano mais profundo, a ética, a moral e os valores espirituais fornecem a base subjacente de nossa motivação. Grande parte dos atuais conflitos, violências e “terrorismos” surgem não de motivações econômicas, mas de ideologias extremas e de preconceitos profundamente arraigados.

Em uma economia de mercado que leva ao processo de globalização, o mercado proporciona os sinais que motivam a necessidade do desenvolvimento sustentável. É necessária uma política impositiva que favoreça os produtos e os procedimentos mais benéficos para o meio ambiente e a sociedade e que aumente as taxações dos que são nocivos. Porém, nenhuma nação pode adotar isoladamente essa política sem prejuízo para sua própria economia. Isto só pode ser efetivamente realizado no contexto de um acordo internacional obrigatório para todos os países.

A próxima Conferência Internacional sobre Mudança Climática, que acontecerá em dezembro em Copenhague, será uma das mais importantes e uma das mais difíceis. É um inquietante paradoxo que, enquanto o nosso futuro depende de graus de cooperação sem precedentes, vivamos uma crescente cooperação e divisão. Copenhague será um marco muito importante, talvez decisivo, no caminho para as mudanças fundamentais a fim de alcançar a segurança climática essencial para nossa sobrevivência, tanto quanto a sustentabilidade e o progresso que devemos aspirar. O tempo está se esgotando e não podemos deixar passar a oportunidade.

Entretanto, devemos nos dar conta de que ainda existem poucas evidências sobre os governos estarem preparados para concretizar os compromissos que nos levarão a essa nova era. Os países, as organizações e as pessoas que participam desse diálogo terão papel importante em Copenhague. Façamos com que as medidas para conseguir a segurança climática tenham a mais alta prioridade em nossas vidas, tal como esperamos que tenham para os governos.

* Maurice Strong foi secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Humano de 1972, da Cúpula da Terra de 1992, e primeiro diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Direitos exclusivos IPS.

Crédito da imagem: Fabrício Vanden Broeck

LINKS

Site de Maurice Strong, em inglês
http://www.mauricestrong.net

Global Humanitarian Forum, em inglês
http://www.ghf-geneva.org/


Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.


(Envolverde/Terramérica)
 
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
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Segunda-feira, 13 de Julho de 2009

"As florestas precisam ter papel significativo nas negociações de Copenhagen", afirma Carlos Nobre

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br
Link:
http://www.amazonia.org.br

Aldrey Riechel e Flávio Bonanome

Criado em 1997 e ratificado em 2005, o protocolo de Kyoto representa a primeira tentativa de criar um acordo mundial com metas para combater as mudanças climáticas.  O tratado fixava que os países desenvolvidos deveriam reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 5,2%, em relação às emissões de 1990, até 2012.  Hoje, doze anos depois, diversos cientistas e especialistas da área ambiental criticam o protocolo como sendo tímido e sem efetividade para realmente evitar o aquecimento global.

Considerado um dos maiores especialistas do Brasil em mudanças climáticas, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre não acredita que Kyoto seja suficiente.  Membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, Nobre foi um dos responsáveis pelas pesquisas científicas que mostraram ao mundo que a situação era muito pior do que se imaginava, e que as reduções teriam de ser mais acentuadas.

Segundo o pesquisador, para que o aumento de temperatura não passe de 2°C, margem segura para que não ocorram mudanças drásticas no clima, as reduções deveriam chegar a 80% até 2050.  "Portanto, o protocolo de Kyoto é absolutamente insuficiente até mesmo para servir de base para as futuras negociações", explica, em entrevista ao site Amazonia.org.br.

O cientista fala em futuras negociações já pensando na Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, que acontece no final do ano em Copenhagen.  Grande parte da comunidade internacional espera que deste encontro saia um novo acordo para redução de emissões, que na opinião de Nobre, precisaria ser muito mais rigoroso.  "Copenhagen deve ser muito ambiciosa em colocar metas rigorosas: para os países desenvolvidos redução entre 30 e 40% até 2020 e para os países em desenvolvimento uma redução significativa no crescimento de suas emissões", explica.

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

Amazonia.org.br - Pode se dizer que o protocolo Kyoto teve sua importância e cumpriu com sua função?

Carlos Nobre - O protocolo de Kyoto teve sua importância sim.  Ele mostrou que é possível a maioria dos países do mundo chegar a um acordo internacional que sinalize na direção de redução das emissões.  Muitos duvidavam até que seria possível chegar a este acordo.  Então o protocolo mostrou que a negociação diplomática que leva a estes acordos é possível, claro que é difícil, mas foi efetivado.  Agora, o acordo deixou muito a desejar em vários aspectos.

Em primeiro lugar ele foi muito tímido com relação às metas de redução das emissões.  Pode-se entender que ele foi assinado em 97 quando se imaginava que reduzir 5,2% em relação a 1990 dos países desenvolvidos seria um número razoável.  Mas a ciência, mesmo na década de 90 como nesta década, mostrou que as reduções deveriam ser muito superiores.

Então, esta foi a primeira falha.  O problema mais importante foi a não adesão dos Estados Unidos da América no acordo.  Isso é uma falha pós-assinatura, uma decisão do governo Bush.  Não é uma falha do protocolo em si, mas da efetivação do documento.

Uma última falha é que mesmo os países que assinaram o documento e estão tomando iniciativas não cumprirão suas metas.  Então vamos dizer que a nota de zero a dez que eu daria para o Kyoto seria quatro.  Menos do que cinco, o mínimo desejável, por que não cumpriu seu objetivo mesmo entre os países signatários.  Mas também não é zero porque ele tem sua importância histórica de mostrar que é possível atingir negociações entre um grande número de países.

Ele também permitiu que se testasse uma série de iniciativas de redução de emissões, como o comércio de certificação.  Diversas iniciativas de desenvolvimento limpo conseguiram recursos graças ao protocolo.  Principalmente no setor de energia dos países em desenvolvimento.  Nada disso aconteceria se não houvesse o protocolo.  Isso não pode ser jogado na lata do lixo, mas na minha avaliação o protocolo não tirou nem nota cinco.

Amazonia.org.br - O que deve ser mudado para que haja um protocolo com efeito?

Carlos Nobre - Eu considero que o protocolo de Kyoto foi um bom experimento para ser abandonado.  Temos que diminuir as emissões globais até metade do século em 80%.  Portanto o protocolo de Kyoto é absolutamente insuficiente até mesmo para servir de base para as futuras negociações.  A experiência sim, os erros e os acertos valem alguma coisa.  Agora não pode simplesmente imaginar que a partir de 2012 vamos melhorar Kyoto.  As bases de negociação têm que ser totalmente diferentes.

O protocolo de 97 fez metas para 15 anos depois.  Estamos em 2009 e temos que ter avanços significativos em 2015, com mensuráveis reduções dos países desenvolvidos.  Será discutido em Copenhagen algo entre 30% e 40%.  Além disso, os países em desenvolvimentos devem entrar neste novo acordo de forma significativa.  Não podem continuar crescendo suas emissões, eles precisam começar a reduzir.  A taxa de crescimento anual tem que cair muito.  Portanto prefiro nem discutir a sobrevivência do protocolo de Kyoto melhorado, mas um novo acordo.

Amazonia.org.br - Há esperanças de que Copenhagen assuma este papel?

Carlos Nobre - Todos têm essa expectativa.  Espero que Copenhagen não decepcione o mundo, que os negociadores estejam à altura do desafio histórico e à altura do que o planeta vive.  Com a ciência nos informando com muito vigor e segurança que os riscos são muitos maiores do que imaginávamos dez anos atrás, que as mudanças estão procedendo numa velocidade maior do que imaginávamos cinco anos atrás, em cima dessa crescente evidência científica nós temos que reduzir as emissões rapidamente, para não colocarmos o planeta numa rota de alto risco.  Que os negociadores e chefes de estado respondam com um acordo abrangente.  Esta é a expectativa.

Amazonia.org.br - De quanto seriam os cortes para que começasse a surtir algum efeito no clima?

Carlos Nobre - Cerca de 80% é número que a ciência hoje aponta para que houvesse 75% a 80% de probabilidade de que as temperaturas não aumentem mais do que 2ºC com relação à era pré-industrial.  Essa é uma margem de segurança boa de que nós não levaríamos o planeta a uma rápida e irreversível mudança.  Algumas mudanças hoje já se tornaram irreversíveis, mas precisamos que a irreversibilidade do colapso dos subsistemas climáticos não fosse uma norma.  Como já comprometemos 0,8ºC, e como nada pode ser feito para impedir mais 0,5ºC, a nossa margem de aumento de gases de efeito estufa é muito pequena, nós já estamos no limite.  É preciso uma redução global, não só dos países desenvolvidos, de 80% a menos do que se emitia em 1990 até 2050.

Amazonia.org.br - Existe vontade política dos países em agir nesta direção?

Carlos Nobre - Para os países, fazer compromissos de longo prazo, como até 2050, é algo mais fácil de acontecer, pois nenhum destes governantes nem vivo estará, então é fácil.  A grande questão é quais são os compromissos de 2015 e 2020.  Este é o intervalo que para que consigamos ter reduções de 30% a 40% precisaríamos pelo menos dos países desenvolvidos e uma redução marcante da taxa de emissão dos países em desenvolvimentos.  Por exemplo, se até 2020 o Brasil cumprir o que reza o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, com o desmatamento da Amazônia abaixo de 5mil km, o Brasil já reduziria suas emissões em 30% e seria um exemplo para o mundo.  Este é o exemplo que colocaria o Brasil no topo dos países limpos do mundo, se nós cumprirmos este compromisso.  Mas é importante que economias emergentes diminuam a velocidade de quanto suas emissões vêm crescendo.  Então Copenhagen tem que ser muito ambiciosa em colocar uma meta rigorosa, porém possível.

Amazonia.org.br - Você acredita que mecanismos de controle e punição ajudariam a manter a cumprir as metas?

Carlos Nobre - O protocolo de Kyoto também não tinha mecanismos de garantia do cumprimento, não havia nenhum mecanismo de punição.  Este assunto vai ser muito debatido ainda.  Eu particularmente não acredito em mecanismos de punição.  Acho que é muito difícil punir um país, ou começar a desenvolver um sistema que vai gerar inúmeras assimetrias, porque qualquer sistema que se crie em termos de mercado, e o mercado de carbono é um mercado, é historicamente usado contra os países em desenvolvimento.  Eu particularmente acho improvável a criação de mecanismos de punição.

Acredito que as metas rigorosas têm que ser objetivos que os próprios países incorporem em suas políticas internas e com muita força, da mesma forma que quaisquer metas globais de qualidade de vida, sistemas educacionais, saúde.  Os países entendem que elas existem para seu próprio benefício e correm atrás de cumpri-las.  Até existe certa competição para ver qual país vai cumprir primeiro.  Então, é muito mais provável que nós consigamos atingir metas de redução quando as populações dos países perceberem que são tão importantes quanto as metas de melhorias na qualidade dos atendimentos de saúde, da educação, etc.

Um exemplo é o caso do Brasil.  Somos nós que temos que querer reduzir este desmatamento ilegal na Amazônia.  Então em primeiro lugar somos nós que queremos seguir estas metas e entender a importância destas.  Eu entendo que assim é a melhor maneira de funcionar.

Amazonia.org.br - O Brasil tem feito um bom trabalho com a Amazônia?

Carlos Nobre - Sim e não.  Se a gente olhar a redução do desmatamento friamente nos números dos últimos anos, podemos dizer que não se pode criticar um país que de 2004 a 2009 terá reduzido mais de 60% do desmate.  Então, se a gente olha os números, só pode elogiar.  Mas é importante também observar se nós estamos criando condições de que esta redução do desmatamento seja sustentável, seja permanente, se outro paradigma de desenvolvimento da Amazônia tomou a frente do paradigma boi, da soja.  Mas ainda não, a economia da região não avançou na economia sustentável.  Então, vamos dizer assim, esta resposta é sim, nós temos que elogiar a redução e não, não ficarmos satisfeitos e comemorando este feito, porque todas as forças que pode levar ao aumento ainda estão presentes e não conhecem outra maneira de desenvolver a região sem desmatar.

Então a vigilância tem que ser muito grande, de não permitir o desmate ilegal.  O Estado de direito tem que se fazer presente.  Com relação há 10 anos, o Estado é muito mais presente hoje, é claro, mas ainda é pouco enraizado.  O fato de que tem havido progressos, principalmente através dos Ministérios Públicos Amazônicos, não pode nos deixar tranqüilos de que a legalidade do desenvolvimento está garantida.

Amazonia.org.br - A preocupação com a floresta pode entrar nos quesitos a serem discutidos em Copenhagen ?

Carlos Nobre - Tem que entrar, é muito importante.  Quando precisamos atingir a meta de 80% de redução para ficarmos no lado menos inseguro das mudanças climáticas, é lógico que o setor florestal pode colaborar com 10%, 12% desta meta até 2050 se nós hipoteticamente falamos de zerar desmatamento dos ecossistemas tropicais e subtropicais.  Alguém pode falar, "puxa, mas é muito pouco", mas não é pouco, pois as reduções têm que vir de todos os setores.  Seria ingênuo achar que só vai vir do petróleo, carvão, gás, tem que vir de todos os setores, desde a agricultura, da pecuária, da indústria.  Todos os setores tem que reduzir, e a florestas tem um papel muito significativo.

Amazonia.org.br - Diminuir o desmate não pode acentuar problemas sociais na região?

Carlos Nobre - Acho que não, acredito que este raciocínio seja completamente equivocado, porque a expansão da fronteira agrícola se dá através de grandes desmatamentos, que privilegiam uma agropecuária de baixíssima eficiência, pois as áreas desmatadas são proporcionais às áreas abandonadas, e isso não pode ser permitido.

Segundo, não há como justificar ilegalidade.  Temos que implantar o Estado de direito, o que é benéfico para todos, inclusive para a economia.  As atividades sustentáveis só conseguem competir economicamente se elas tiverem em uma competição leal.  É como justificar o tráfico de drogas porque emprega pessoas.

A pequena agricultura, que também responde por desmatamentos, também precisa receber um enorme apoio do governo, precisa ser subsidiada até que esta agricultura estabeleça padrões de qualidade e eficiência.  As áreas desmatadas por esta agricultura já são grandes e poderiam ser muito mais eficientes para as famílias que as fazem.  E isto não é expandindo esta área, mas aumentando a eficiência, e não só justificar o aumento das áreas desmatado pela agricultura familiar como uma necessidade incontornável.  Não se pode justificar uma agricultura ineficiente, que não aproveita as áreas desmatadas, para avançar, pois, dentro desta lógica, a floresta não tem salvação.

Nós não podemos nos render a um argumento fatalista, de que as pessoas precisam se alimentar.  Não é por ai, não está havendo uma explosão populacional na Amazônia, ao contrário.  A eficiência na questão agrícola é central, e deve se implantar permanentemente na produção agrícola, sem o ciclo perverso de desmate, cultivo, abandono, desmate.  Este ciclo vicioso em todos os lados deve ser interrompido, e a maneira de fazer isso é a implantação do Estado de direito de um lado e a eficiência agrícola em outro.

Amazonia.org.br - Existe algum exemplo de políticas que estão sendo aplicadas em outras florestas tropicais ao redor do mundo que sirvam para a Amazônia?

Carlos Nobre - Exemplos bons em pequena escala existe, como por exemplo a Costa Rica.  Ela vem tentando desenvolver mais sistemas para aproveitar as riquezas naturais sem agredir o ecossistema.  A Costa Rica é o país mais importante do mundo no termo de eco-turismo tropical, muito mais do que o Brasil.  É um bom exemplo, mas muito limitado.  Isso porque de fato nós não conseguimos, em termos globais, uma maneira de desenvolver regiões com florestas sem desmatar.  Este modo não existe.

Mas nós somos a única espécie animal dotada de inteligência.  Se nós transformamos o mundo a favor da nossa qualidade de vida, por que não usamos dessa inteligência para inventar um modelo de desenvolver estas regiões sem causar desmatamento?  Com a ciência que temos hoje, é possível imaginar uma economia de base florestal, com recursos da biodiversidade, dos serviços ambientais do ecossistema.  Tudo isso é possível, mas nós temos que querer.  Temos que falar que não queremos mais o desmate e inventar algo para substituí-lo.  Existem alguns projetos pilotos no mundo, mas ainda nada que consiga manter a vida de milhões de pessoas.

O desafio de inventar um novo modelo de desenvolvimento para Amazônia é um grande propulsor para o Brasil.  Está aí a oportunidade do país usar a Amazônia como alavanca para o próprio desenvolvimento.

publicado por ecotv às 19:30

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ECOLOGIZANDO a cidade e o planeta

Maurício Andrés Ribeiro (*)


O que se pode fazer para contribuir para reduzir emissões de gases de efeitos estufa pelas cidades e pelo ambiente construido?


Os relatórios do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, das Nações Unidas, composto por mais de 2 mil cientistas – mostraram que há um enorme potencial para reduzir emissões de gases de efeito estufa a partir do ambiente construído.
Muito se pode fazer para as cidades serem ecologizadas, por meio da certificação de construções sustentáveis, de normas para a construção e para o urbanismo, por meio do planejamento de transportes e tráfego urbano; por meio do ecodesign de vários tipos. A ecologia urbana e a ecologia industrial são campos das ciências ecológicas com forte potencial para contribuir nessa tarefa.

No contexto da crise energética dos anos 70, o alto preço de energia motivou a busca de soluções arquitetônicas, construtivas e urbanas que levasse à economia de energia. Quando a crise amainou, esses esforços foram abandonados.
Três décadas depois, neste início do século XXI, os temas ambientais, energéticos e climáticos retornaram com intensidade crescente. Hoje o tema da arquitetura, da cidade e da construção sustentáveis estão na ordem do dia. Essa questão tende a condicionar o desenho do espaço, à medida que aumentar a escassez e o alto preço da energia derivada do petróleo ou de outras fontes; dada a gravidade dos impactos que sua exploração e uso causam sobre o ambiente e sobre o clima.

Qual a relação entre cidade e energia?

Grande parte da energia usada nas sociedades modernas destina-se à construção e operação dos assentamentos humanos, habitações ou cidades, com sua infra-estrutura. Ao se construir as habitações, os equipamentos públicos e a infra-estrutura urbana, fazem-se investimentos iniciais de energia, provenientes de fontes variadas: os derivados do petróleo, a lenha, a hidroeletricidade, a energia solar, a energia animal, a força humana etc. A construção dos assentamentos humanos inclui operações diversas, tais como a extração da matéria-prima, seu processamento industrial, o transporte dos materiais de construção e sua montagem na obra.
A cidade é, do ponto de vista energético, um ponto do espaço que importa certas formas de energia, as transforma e exporta de forma desagregada.

Investimentos permanentes de energia são realizados na etapa de operação dos assentamentos humanos, durante sua vida útil: a cozinha, o aquecimento de água, a iluminação, a climatização da habitação, a secagem de roupas, a preservação de alimentos, o abastecimento de água, o transporte e a recreação, a comunicação por meio de computadores são algumas das atividades que consomem energia proveniente de várias fontes e que utilizam variados equipamentos ou instalações.

Quais os maiores gastos de energia nas cidades, em climas tropicais?

A proporção entre a energia inicial e a energia usada na manutenção é variável de país para país e de edificação para edificação. Como regra geral, no clima temperado gasta-se mais energia de manutenção, devido às exigências de calefação de casas nos invernos e também ao estilo de vida intensivo em energia de suas populações.
Nos climas temperados precisa-se de luz e sol; nos tropicais, de sombra e ar para ventilar e dar conforto térmico. Nos climas tropicais, os estilos de vida menos intensivos em energia e as condições climáticas favorecem a conservação de energia na operação dos assentamentos humanos. Por isso, nos climas tropicais, têm importância especial os investimentos iniciais de energia na construção das edificações e dos assentamentos humanos. Mas, com o aquecimento progressivo, cada vez mais precisa-se usar ar condicionado nos carros, nas casas, nos locais de trabalho, para proporcionar conforto térmico.

O que é ecologizar a cidade?

Nas cidades vive hoje mais da metade da população mundial e no Brasil essa proporção se acerca de 80%. O adequado planejamento ou gestão urbana, bem como o ecodesign de construções e das cidades podem contribuir muito para tornar nosso habitat mais sustentável.
Ecologizar a cidade é cuidar de sua relação com o meio ambiente, o clima e a energia.
As cidades exercem pressão sobre a capacidade de suporte do ambiente ao se abastecerem de água, materiais e construção, alimentos e energia. Gerenciar o ciclo de vida das construções e das cidades, desde a extração de materiais de construção, seu processamento, uso e descarte de resíduos é uma forma de abordá-la do ponto de vista ecológico.
Cada pessoa pode fazer individualmente a sua parte, no seu âmbito de ação. Pode mudar seu modo de vida para reduzir seu impacto sobre o ambiente como consumidora, eleitora, trabalhadora e nos vários papéis que desempenha na sociedade.
Existem ações, entretanto, que precisam ser tomadas coletivamente para facilitar que os indivíduos, famílias e grupos sociais adotem estilos e formas de vida mais ecológicas, de forma mais eficiente energeticamente e com menores impactos ambientais ou emissão de gases de efeito estufa.

Há exemplos de assentamentos humanos sustentáveis?

Se compararmos os sistemas de assentamentos humanos de acordo com sua escala, verificamos que na Ásia as redes de centenas de milhares de aldeias souberam se sustentar por milênios com baixa pressão sobre o ambiente, ao passo que as metrópoles modrnas são vorazes em consumir materiais e energia e tem uma forte pegada ecológica. O uso de fontes limpas e renováveis de energia e sua conservação são cruciais para reduzir os impactos ambientais e climáticos das cidades.

O que é a arquitetura ecológica?

A arquitetura ecológica resulta do uso de materiais e tecnologia adequados, do aproveitamento climático voltado para a qualidade de vida e tem características próprias. A casa autônoma pode reduzir suas demandas de energia, alimentos e água, a partir do design ecologicamente responsável.
A arquitetura ecológica é consciente de seus impactos ambientais e climáticos, mesmo aqueles que ocorrem distantes do local em que a obra está sendo construída. Ela economiza energias e materiais, consciente de que o uso ou a exploração de qualquer fonte de energia produz impactos ambientais, e que a energia que se economiza ou que se deixa de utilizar é a que menos polui o ambiente; atende a necessidades básicas, individuais e coletivas, e não apenas a demandas supérfluas formuladas e reforçadas por parcela minoritária da população; é consciente do clima e das modificações que este sofre em escalas global e local, procurando proporcionar conforto ambiental – térmico, acústico, luminoso – com o menor dispêndio de energia.
Além disso, ela é consciente de seus impactos socioeconômicos e usa tecnologia, material e capacitação humana existentes na região em que vai se construir. Isso significa contribuir para desacelerar a devastação do patrimônio ambiental e para mudar a direção desenvolvimento; ela busca ser mais autônoma e menos dependente em termos de seu abastecimento de energia, água e alimentos.

O que é preciso fazer para ecologizar as profissões que cuidam do ambiente construído?

O paisagista, arquiteto e engenheiro podem atuar no sentido de evitar desperdícios, influir sobre os clientes perdulários e ecologicamente irresponsáveis, modificar a ação dos demais membros da cadeia produtiva da construção civil.
Ecologizar a arquitetura e o urbanismo exigem desenvolver, holisticamente, a percepção sensorial e a consciência ecológica.
Os chamados edifícios verdes ou sustentáveis e a arquitetura bioclimática usam de forma inteligente a ventilação, iluminação e insolação naturais. Eles precisam ser concebidos a partir da formação profissional nas escolas, com um ensino não apenas teórico e conceitual, mas que recolham da prática construída bons exemplos que possam ser adaptados e replicados; os concursos de arquitetura e obras primas precisam valorizar a arquitetura ecológica; o ecodesign possibilita fazer mais com menos materiais e menos energia.
Materiais de construção precisam ser selecionados conforme seus mínimos impactos ambientais e climáticos. A redução de desperdícios de materiais é um dos critérios para se avaliar uma arquitetura ecologicamente adequada. A integração do paisagismo e da vegetação às soluções arquitetônicas e urbanísticas precisa ser valorizada.
Nesse contexto de crise climática e de crescente custo ambiental da energia, é urgente que os arquitetos, engenheiros, advogados e demais profissões coloquem a criatividade a serviço de ecologizar o ambiente construído.

Qual a motivação para editar o livro Ecologizando a cidade e o planeta?

No contexto da crise energética dos anos 70, Cláudio Martins e eu realizamos em parceria os livros “Uma Cidade se forma” e “Migrações de um arquiteto” .Ali abordamos os temas da demanda energética do ambiente construído e da necessidade de edifícios e cidades sustentáveis. Naquela ocasião o alto preço de energia motivou a busca de soluções arquitetônicas, construtivas e urbanas que levasse à economia de energia. Nos anos 70, as crises do petróleo chamaram a atenção para a finitude desse recurso e para a necessidade de investir em energias limpas e renováveis. Quando a crise amainou, esses esforços foram abandonados. Três décadas depois, neste início do século XXI, os temas ambientais, energéticos e climáticos retornaram com intensidade crescente. Assim, completamos, atualizamos textos e fundimos o conteúdo daqueles dois livros num único, ECOLOGIZANDO a cidade e o planeta.

Como se estrutura o livro?

A primeira parte trata de temas locais e da ecologização das cidades, ecossistemas em que vive a maior parte de população mundial e brasileira. Aborda a pegada ecológica das cidades, que exercem pressão sobre a capacidade de suporte do ambiente ao se abastecerem de água, alimentos e energia. Trata da cidade e de sua relação com o meio ambiente, o clima e a energia. É realçado o tema crucial da relação da cidade com a água. Compara os sistemas de assentamentos humanos no ocidente e no oriente, com o estudo de caso de uma aldeia indiana e um município brasileiro. É reforçada a necessidade de usar fontes limpas e renováveis de energia e para conservá-la, a importância do ecodesign arquitetônico e urbanístico.
A segunda parte aborda a ecologização do planeta, nossa casa maior. Estuda os assentamentos humanos a partir dos casos de dois pequenos países-ilha, um socialista, outro capitalista - Cuba e Japão - bem como dois grandes países tropicais, Índia e Brasil. Propõe a cidadania planetária, a economia ecológica e a ação ecologizada, já que o ser humano tornou-se gestor da evolução, nessa rápida e turbulenta transição do planeta para a era ecozóica. Estamos imersos numa crise da evolução similar em profundidade àquela que dizimou os dinossauros há 67 milhões de anos e cujos sinais mais evidentes são a extinção de espécies e as mudanças climáticas. A velocidade das transformações é crescente e tomamos consciência do impacto da atividade humana no clima e no ambiente, com as transformações de paisagens e de ecossistemas e a exploração e uso de energia.

A quem se destina o livro?

O livro se destina a arquitetos, urbanistas, engenheiros, gestores ambientais no setor público e privado e estudantes dessas áreas.
No prefácio, Cláudia Pires, Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – MG assim se manifesta: “Ecologizando a cidade e o planeta fala de cidades, de práticas cotidianas, de seres sociais, questionando de maneira simples, mas contundente, as necessidades de sobrevivência do homem contemporâneo. Este, além de fazer parte de uma coletividade, é ser vivo e pertence ao ecossistema terrestre, cada vez mais posto à prova, pela escassez de água e por problemas ambientais de toda sorte. O livro expõe, exemplifica e incita: permite uma reflexão sobre a finitude dos recursos naturais e lida com a noção de simplicidade das ações e dos seus desejos, já que extraímos muito, senão o bastante, da natureza.“

(*) Autor dos livros Ecologizar, Tesouros da Índia e Ecologizando a cidade e o planeta
mandrib@uol.com.br
www.ecologizar.com.br

Dados sobre o livro - Formato Livro brochura, formato 20,5 x 20,5 cm, 156 páginas.
Preço - R$ 48,00

Distribuído nas Livraria Quixote, Travessa, Ouvidor (Belo Horizonte); Travessa e Folhas Secas (Rio de Janeiro); Martins Fontes e Cultura (São Paulo) ou na Editora C/Arte: telefax: 31-34912001; www.comarte.com; distribuicao@comartevirtual.com.br

publicado por ecotv às 13:54

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Domingo, 12 de Julho de 2009

Santa Catarina - Mineração de fosfato em região de referência nacional no turismo rural, mais uma prova da falta de bom senso, desrespeito ao meio ambiente e da vontade pública por parte do goveno.

Num estado que é campeão em desmatamento, um dos piores em saneamento básico, mais uma atividade ameaça, além da natureza, uma atividade organizada e reconhecida dos municípios no entorno do local onde é pretendida e mineração de fosfato.
Autor: Postado por ECOTV

Estivemos presentes ao 2º Fórum de Desenvolvimento Territorial Sustentável dos

Pequenos Municípios das Encostas da Serra Geral, realizado em Rancho Queimado, com objetivo de conhecer a realidade local e interagir, dando transparência a opinião pública, através de nossos meios, a ECOTV, o Boletim ECOLÓGICO e outras mídias sociais, via internet, utilizados pela Pró-Fundação Sabor Natureza para difusão da cultura ecológica.



Lamentavelmente, a cobertura na integra da ECOTV, realizada no evento, perdeu-se por completo por problemas em nossos equipamentos.



Porém o que ficou evidente foi a unanimidade de reações contrarias a instalação desta atividade na região. Pois poderá inviabilizar todo uma atividade que vem dando à região destaque no turismo nacional.



Para aprofundar o debate, haverá neste dia 16/07/2009 na Assembléia Legislativa, em Florianópolis, uma Audiência Pública para tratar sobre os Impactos Sócio-Econômicos e Ambientais da IFC - Indústria de Fosfatados Catarinense LTDA, a ser realizada no Vale do Rios Pinheiros, no município de Anitápolis.


A mobilização NÃO À FOSFATEIRA, pretende colocar ônibus a disposição da população que deverá marcar presença durante a audiência.


Reunimos abaixo algumas matérias sobre o assunto, no objetivo de informar e alertar para possíveis irregularidades no processo de liberação desta atividade no estado.


Veja AQUI a matéria no Notisul


Clic nos links abaixo e veja matérias pesquisadas sobre o assunto


Data: 02/06/2009
ECOpesquisa

Indústria de fosfato virá para Lages
Autor: Correio Lajeano


Data: Data:02/06/2009
ECOpesquisa

O PROJETO ANITÁPOLIS
Autor: Associação Montanha Viva


Data: Data: 02/06/2009
ECOpesquisa

Fábrica de fertilizantes das empresas multinacionais Bunge e Yara Brasil ameaça Anitápolis, Santa Catarina




Data: 10/06/2009
ECOpesquisa

Mineração de Fosfato em Anitapolis preocupa lideranças em Tubarão e região



Revista Época
Data: 03/07/2009

Extração de fosfato ameaça Mata Atlântica catarinense
Estudiosos acreditam que instalação de mina e fábrica pode danificar o meio ambiente e gerar riscos à saúde da população local



Data: 16/06/2009
ECOpesquisa

Bunge e o Meio Ambiente




Data: 16/06/2009
ECOpesquisa

Yara Sustentabilidade Programa HESQ


Veja AQUI na ECOTV + sobre o assunto


 

publicado por ecotv às 14:36

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Quinta-feira, 9 de Julho de 2009

Ban: decisão do G-8 sobre efeito estufa não é suficiente

Secretário-Geral afirma que promessa de reduzir emissões de gases em 80% até 2050 não é ambiciosa e que mundo precisa de urgência.


Ban Ki-moon

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas afirmaram que a proposta dos líderes do G-8 para redução dos níveis de emissão de gases que causam o efeito estufa não é suficiente para resolver o problema.

A declaração foi dada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, que está em Áquila, na Itália, participando do encontro do Grupo dos Sete Países Mais Industrializados do Mundo acrescido da Rússia.

Ação Urgente

O G-8 concordou reduzir em 80% as emissões até 2050, mas para Ban o prazo não é suficientemente rápido.

Ele afirmou que reconhece a pressão política sofrida pelos líderes mundiais em seus países, mas segundo Ban, a ciência pede ação urgente da comunidade internacional.

Ele afirmou ainda que o mundo tem que manter o aumento da temperatura global no limite de 2%, e que para se chegar a este objetivo, é preciso estabelecer uma meta de redução de 50% até 2050.

O Secretário-Geral da ONU convocou uma Cimeira sobre Mudança Climática para 22 de setembro em Nova York.

Próxima Fase

Nesta época, ocorrem os debates da Assembleia Geral da ONU com líderes de Estado e governo.

Em dezembro, as Nações Unidas irão realizar em Copenhague, capital da Dinarmaca, uma conferência internacional sobre Mudança Climática para decidir os termos da próxima fase de cumprimentos do Protocolo de Kyoto.

A primeira fase expira em 2012.

publicado por ecotv às 17:00

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